Comunidade Portuguesa de Ambientalistas
Ring Owner: Poli Etileno Site: Os Ambientalistas
Anterior Lista Aleatório Junte-se a nós! Próximo

2005-11-25

Terão os fenícios descoberto os Açores?

Os Açores tem sido associados às mais variadas lendas portuguesas e europeias, até mesmo mundiais. Por vezes a história e a lenda tendem a confundir-se e a confundir-nos, por não sabermos onde acaba a realidade e começa a ficção.
Os Açores eram as ilhas encantadas do imaginário português, defendidos como os cumes das montanhas da Atlântida de Platão pelos perseguidores de mistérios, o El Dourado dos Piratas ingleses, a liberdade de Dom António Prior do Crato, o purgatório dos Filipes espanhóis e foram o trampolim asiático do americano Bush.
Afinal o que levou os portugueses até aos Açores? Acredito que mais do que tudo tenha sido a lenda.
Terão alguma vez os Vikings sonhado com ilhas encantadas? Certamente que sim.
Terão aqui chegado? Não digo, que certamente que não.
Os grandes comerciantes fenícios teriam capacidade de chegar aos Açores? Certamente que sim, por possuírem embarcações capazes de suportar tal viagem.
Terão os fenícios descoberto os Açores? Não digo outra vez certamente que não, sem todavia querer dizer, pela dupla negação, que certamente que sim.
A hipótese da presença dos fenícios nos Açores é mais provável do que a presença Viking, vejamos porquê.

Na antiguidade havia efectivamente conhecimento de algumas ilhas atlânticas e do litoral africano sendo traduzido em última instância pela lenda da Atlântida. A Atlântida é referida pela primeira vez em 421 antes de Cristo.

“O conhecimento da costa africana, teria resultado de algumas expedições realizadas de que se destacam: a primeira por ordem o faraó Necao II em 610 A.C., depois a viagem de Sataspes (480-470 A.C.) até à Guiné, e o périplo de Hanäo em 485 A.C.com sessenta navios desde Cartago, que teria percorrido a costa africana até Cabo Verde. Estas e outras viagens referenciadas não têm cativado o interesse da historiografia que se mostra renitente em aceitar a verdade dos relatos contidos nos textos clássicos. A Historiografia dos séculos XVIII e XIX afirmava peremptoriamente a veracidade destas informações e defendeu a ideia de que os fenícios projectaram o seu empório comercial na costa ocidental africana. Apenas os portugueses, pela voz dos seus eruditos mantiveram a tese de que esta área estava por revelar no início das navegações henriquinas”. (in Centro de Estudos de História do Atlântico). Fazendo fé na historiografia antiga, a probabilidade dos fenícios terem chegado ao Açores, é elevada.
Humboldt refere no "Examen Critique" que em 1749, uma tempestade violenta teria abalado as fundações de um edifício parcialmente submerso na ilha do Corvo. Quando o mar amansou, descobriu-se entre as ruínas, um vaso contendo moedas de ouro e cobre. Essas moedas foram levadas para um convento, algumas perderam-se, mas nove foram preservadas e enviadas ao padre Enrique Flores, em Madrid, que as deu a John Podolyn da Academia de Ciências de Estocolmo. Algumas moedas apresentavam a figura de um cavalo por inteiro, outras apresentavam somente a cabeça desse animal. Alguns peritos afirmam com suficiente grau de certeza que se tratam de duas moedas fenícias do norte de África, da colónia de Cirene, e de sete moedas cartaginesas.
É curioso constatar que duas das referências ao conhecimento dos Açores anteriores à chegada dos Portugueses, são Fenícias e ambas relativas à Ilha do Corvo. Na primeira metade de Quinhentos o historiador da corte de D. João III, Rui de Pina, conta que tinha sido enviado à mais pequena Ilha do Arquipélago o afamado arquitecto João de Urbina para recortar da pedra viva, num lugar de difícil acesso na orla costeira, uma estátua equestre de estilo cartaginês. A operação correu mal e estátua partiu-se, voltando a equipa ao reino só com algumas peças em pedra como a cabeça do cavalo e a mão do cavaleiro que apontava para Oeste. É sabido que os cartagineses erigiram diversas colunas comemorativas, por outro lado, o cavalo está presente em quase todas as suas cunhagens.
É relatado pelo Francês André Thevet, no século XVI, que um descendente mourisco ou judaico, encontrou uma inscrição com caracteres hebraicos numa gruta da ilha de São Miguel, durante a época dos Descobrimentos portugueses, mas não foi capaz de a ler, alguns supuseram tratar-se de caracteres fenícios.
Recentemente foi aventada a hipótese de se terem encontrado caracteres fenícios em rochas nas Quatro Ribeiras, na ilha Terceira. Alguns desses hipotéticos caracteres fenícios foram fotografados.
Os caracteres fenícios foram identificados como sendo:
O primeiro símbolo da esquerda para a direita representa água, o segundo, com a circunferência um pouco mais fechada representa uma cabeça, o terceiro, se invertido, representa palma da mão, e de novo, o último, a água.
Que mensagem poderá ser essa?
“Um homem, vindo pela água, conseguiu, com muito esforço, aqui chegar”?
Outra rocha “continha” os seguintes caracteres:
O primeiro caracter representa um anzol e o segundo um camelo.
A mensagem será “Um homem do Norte de África arriscou-se a pescar neste mar”?Foi observada outra rocha contendo a símbologia seguinte:
Cujo símbolo em fenício representa um marco.
As mensagens parecem confusas, porque a interpretação também o é.
Se se referir que as imagens foram obtidas aleatoriamente nas Quatro Ribeiras, com a intenção de captar apenas fracturas das rochas, e que essa símbologia era desconhecida do autor das fotografias, a escrita fenícia não será mais do que uma escrita da própria natureza. A confusão entre uma fractura rochosa e a escrita fenícia dependerá exclusivamente dos olhos de quem a vê. Assim, a escrita hebraica encontrada numa gruta de S. Miguel na altura das descobertas, muito semelhante à escrita fenícia que aqui se apresenta, poderá ter sido “fracturas rochosas pouco habituais”.
E a estátua equestre da ilha do Corvo? O Tenente Coronel José Agostinho intentou demonstrar que essa era uma ilusão de óptica.
Aos Açores foram atribuídos vários nomes estando associados inúmeros acontecimentos da mitologia grega. Talvez por isso mesmo, devido a esse misto de lenda e realidade, que os testemunhos históricos incorporam, os relatos não têm merecido o devido respeito científico.
Será que os Açores foram descobertos pelos fenícios? Continuamos a necessitar de provas.
Links relacionados:

33 Comments:

At 03:04, Blogger Fátima Silva said...

Já tinha pensado que os Fenícios teriam de certeza sido pioneiros na exploração dos mares, já que se situavam no litoral do Mediterrâneo e eram excelentes navegadores. Segundo reza a história, eram óptimos comerciantes, tendo portos e entrepostos comerciais muito importantes ao longo da costa do Mediterrâneo e possuíam embarcações muito velozes que foram, com certeza, utilizadas para a realização de incursões pela costa africana, tendo inclusive chegado a solo inglês.
Não me espanta, pois, que tenham descoberto as ilhas e permanecido nelas.
No entanto, a sua presença deve ter sido indelével, pela escassez de vestígios encontrados. Terão sido destruídos? As ilhas eram utilizadas para quê? Local de apoio a outras rotas ou de castigo?
Gostei muito do artigo.

 
At 11:11, Blogger Desambientado said...

Olá Fátima.
Sem dúvida que concordo contigo, acerca da possibilidade dos fenícios terem "arribado" aos Açores, dadas as características técnicas das suas embarcações e o espírito de aventureiros do mar que possuíam. As provas dessa chegada às ilhas é que para mim,não são muito convincentes; vejamos:
-Onde pairam as moedas do Corvo?
-Porque razão nada se sabe sobre o vaso que as continha? Não daria esse vaso pistas sobre a autenticidade do achado?
-Onde pairam as mãos e a cabeça do cavaleiro do Corvo? Depois de uma viagem tão grande, D. João III, mandou-as deitar no lixo?
-Não seriam as inscrições da gruta micaelense, fracturas naturais, semelhantes aquelas que registei nas Quatro Ribeiras?
Qualquer uma dessas perguntas, quando respondida ajuda a perceber se os fenícios aqui chegaram ou não.
Por outro lado, há questões que se colocam que são deveras pertinentes e que nos deixam na dúvida.
-Porque razão alguém inventaria essa história do Corvo?
-O pergaminho hebraico encontrado recentemente numa gruta em S. Miguel, terá sido encontrado na mesma grupa das inscrições referidas por André Thevet?
Apenas temos hipóteses e possíveis relações. Se de facto houve passagem, tudo leva a crer que tenha sido ocasional.

 
At 08:14, Blogger Desambientado said...

Cristina.

Segue o próximo capítulo.....
Como se vagueia no Corvo, sem a estrada que leva ao Caldeirão?
Como se vagueia no Corvo e se vai ereger uma estátua num sítuo ermo e de difícil acesso? Quanto tempo leva a fazer uma estátua equestre com um cavaleiro a apontar para Oeste? Semanas, anos? Ainda por cima num local ermo de dificil acesso.

Será que se suicidaram desesperados os naufragos?

De facto há mistério no ar....pretendi traduzi-lo um pouco nesse post, foi intencional. Pensei não o ter conseguido.
O tema quase que dá para escrever um livro de ficção histórica.

 
At 13:53, Blogger Desambientado said...

Cristina.

Esta história está muito divertida.
Quase que dá para construir aquele tipo de história em que se passa de mão em mão um papelinho, onde se lê apenas a última frase, e a partir daí, acrescenta-se mais um pouco.

Capítulo IV

A estátua fenícia, apontava para Oeste, no sentido de um continente que eles nem sabiam que existia. O que eles pretendiam era, indicar séculos mais tarde, o caminho a Cristovão Colombo.

Os Açores são efectivamente ilhas de mistério: São chamados de Açores por causa desses pássaros que nunca aqui viveram, tem uma ilha chamada de Corvo, em homenagem a um pássaro que nunca a habitou. Tem moedas fenícias enterradas para comprar peixe às baleias!? Teve uma estátua a apontar para oeste quando nem se sabia que a América existia, tem inscrições fenícias nas rochas, talhadas pelos vulcões. Não é à toa que isso parece perfeita loucura.
Será do ar?
Será do mar? Ou do mercúrio que anda no ar?

 
At 19:29, Blogger Desambientado said...

"A Sociedade Secreta do Corvo", pode ser título de filme, mas não título de tese. A única forma de voltar isso para a área ambiental seria através de um Estudo de Impacte Ambiental da Instalação de uma estátua num sítio ermo e inacessível, numa ilha remota.
Quantos insectos morreram? Quantas endémicas secumbiram? Quantas pedras se deterioraram? Quantos trilhos se fizeram? Quantas cagarras pereceram?
Já agora o que é LOL? É uma notação?

 
At 21:40, Blogger Desambientado said...

Só pereceram cagarras virgens, durante a cerimónia de inauguração da estátua, pelo fenício recém eleito presidente da Câmara da ilha. Os machos foram poupados para a inauguração de uma estátua de uma cavaleira, a construir na outra ponta da ilha, que apontasse para o Pólo Norte.

 
At 10:36, Blogger Desambientado said...

A estátua estaria a apontar para o degelo das calotes polares, num previsão muito antecipada das Alterações Climáticas Globais, não fossem eles visionários.

 
At 11:06, Anonymous Anónimo said...

Caríssimos Félix e Cristina
Atrevo-me a meter-me com vocês, mas apenas no assunto dos Fenícios.
Das vossas conjecturas mais arrojadas, não vejo salientar-se a da Atlântida. E no entanto, essa hipótese seria a mais “natural” face aos vestígios dispersos, encontrados. Vejamos porquê:
1º o que pensam serem caracteres fenícios, seriam na realidade Atlantes (pré-fenícios), resultantes de expedições destes ao topo das suas montanhas (agora ao nível do mar, após um afundamento parcial). Esta hipótese seria fundamentada pelo facto de o alfabeto e escrita fenícios serem uma adaptação de uma escrita anterior (desconhecida), da qual surgem vestígios nas costas das Américas e no continente português (portanto, originária do Atlântico).
2º Esta hipótese de serem os Açores os picos remanescentes da Atlântida não será tão desprovida de lógica quanto supomos, se considerarmos que a massa basáltica de que são constituídas as ilhas deste arquipélago é muito mais densa e pesada do que as dos continentes (que por isso, conseguem “flutuar” no manto), e portanto, tenda a afundar-se.
3º A partir destes pressupostos, seria natural que na antiga Atlântida, algum artista tivesse conseguido que um grupo de amigos esculpisse o cavaleiro do Corvo… Ou então, que alguns náufragos tivessem sobrevivido ao afundamento da Atlântida, deixando vestígios da sua civilização…
4º Mas uma coisa é certa: os epigrafistas em todo o mundo concordam em classificar como “pré-fenícia” uma escrita da qual estão a surgir vestígios na antiga Ibéria, especialmente no Norte de Portugal e alguns pontos de Espanha, e que estes vestígios são idênticos a outros encontrados na América do Norte e no Brasil, assim como agora nos Açores, numa determinada rocha das Quatro Ribeiras.
Antonieta

 
At 14:37, Blogger Desambientado said...

Cara Antonieta.

É um prazer vê-la nesta discussão.
Ontem, tive o grato prazer de estar consigo nas Quatro Ribeiras e de ter ficado confuso com as ditas inscrições. De facto se me dissessem que aquilo é natural teria dúvidas, do contrário também.
Continuo mais tarde.

 
At 15:31, Blogger Desambientado said...

Tive que interromper o raciocínio anterior, para atender a alguns alunos. Continuo agora.
Dizia eu, que efectivamente fiquei confuso com o que vi ontem, no entanto podemos colocar algumas hipóteses explicativas:
1-Possibilidade de serem naturais. A probabilidade de tal ocorrência é reduzida,por não serem comuns, enquanto que a probabilidade de terem uma origem antrópica é elevada.
2-Possibilidade de ser númeração árabe.
Essa probabilidade também é reduzida, porque os únicos caracteres que seriam coincidentes eram o 9 e o 1.
3-Possibilidade de ser de um período pré-povoamento.
Não tenho qualquer tipo de dados que me permita estabelecer essa possibilidade de forma mais ou menos coerente.
Colocando a hipótese de serem caracteres fenícios, técnicamente as embarcações fenícias, de livre vontade ou apenas trazidas ao acaso pelo mau tempo até estas paragens, seriam capazes de aqui chegar, logo a probabilidade não é nula.
-Hipótese dos cumes da Atlântida.
É a hipótese mais romântica, quiçá a mais bela de todas, mas enferma de uma falta quase total de provas.
-Primeiro, raras foram as pessoas que acreditaram até hoje nessa afirmação de Platão.
-Necessitaremos de provas físicas e arqueológicas muito fortes para provar que a escrita é Atlanta e não fenícia, caso contrário não passará de uma conjuntura.
-Tal como na Física, todas as teorias são abandonadas quando não há provas que as apoam, ponto por ponto.
Na teoria que a Antonieta coloca, seria necessário provar:
Primeiro- Que os registos da Península Ibérica, do Brasil e da América do Norte, são em tudo idênticos, em termos de grafia, alfabeto, mensagem e técnica de gravação utilizada.
Segundo-Encontrar fortes provas arqueológicas que corroborem a possibilidade de uma mesma civilização ter andado para trás e para a frente no Atlântico.
Terceiro, quarto, etc, etc. O que torna tudo muito difícil de provar, mas não quer dizer que a teoria tenha que ser abandonada, uma vez que certamente existem outras com os mesmos defeitos.
Relativamente às Quatro Ribeiras, convinha começar a explorar exaustivamente a mensagem, a grafia, a possibilidade de ser outro tipo de escrita que não Atlanta, etc, etc. É efectivamente um grande desafio.

 
At 16:05, Anonymous Anónimo said...

É principalmente um desafio que somente agora começamos a levar a sério. Infelizmente, ainda não temos bitolas adequadas à medição da credibilidade dos novos dados. Só sabemos que não podemos aplicar a cem por cento o critério dito científico, na apreciação dos materiais que nos chegam. Mas que instrumentos usar? Que métodos seguir?
É aí que temos que ouvir os epigrafistas e, principalmente, despirmo-nos das exigências que serviam as investigações anteriores.
Segundo me apercebi, neste meu contacto recente com estes “detectives” dos antigos grafismos, é necessária muita intuição; pôr os nossos cérebros a fazer ligações entre os possíveis sentidos de cada sinal, porque os “números” ou “letras” que se encontraram nas Quatro Ribeiras, valem como símbolos, cada qual englobando informação vasta, como se de uma frase completa se tratasse.
Será da combinação entre elas que se poderá obter algum sentido, como fez o Prof. Sauren. Mas não vejo o mundo científico para aí voltado…
Antonieta

 
At 20:10, Blogger Desambientado said...

Antonieta.

A Ciência evolui. Aquilo que ontem era impossível, hoje já não o é. Por outro lado, a validação do conhecimento e da ciência faz-se quer pela lógica, quer pela negociação, quer por preserverança. A "verdade", como se costuma dizer, mais cedo ou mais tarde acaba por vir ao de cima.
Na actualidade, cada uma das ciências, tem a sua metodologia de validação do conhecimento.
Relativamente às Quatro Ribeiras, começar por demonstrar por A + B, que as inscrições não são naturais, já me parece um passo importante.

 
At 09:00, Anonymous Anónimo said...

Olá Cristina!
As inscrições têm estado em banho-maria devido à falta de capacidade nossa na sua decifração. Mas em breve (deveria ser hoje, na revista on line “Ambiente Insular”) sairá um artigo de um epigrafista de renome internacional, indicando uma proveniência que se ajusta ao “sonho” da Atlântida. Aguarde um pouco e já verá…

Antonieta

 
At 09:47, Blogger Desambientado said...

Ora Viva.
Este debate está deveras acalorado.
Cristina, respondendo um pouco à tua pergunta das Quatro Ribeiras, sim existem grafismos estranhos que provavelmente nada tem a ver com a Natureza, e que são muito diferentes dos das rochas que encontramos neste post.
O Ambiente Insular tem como link:
http://www.db.uac.pt/ccpa/
Passei por lá hoje e ainda não encontrei nada.
No entanto tive o cuidado de ler o artigo do Prof. Sauren, da Profª Antonieta e creio que também do Prof. Cota,que a Antonieta gentilmente me cedeu, e não vejo, como a Antonieta pode afirmar que se está a provar que a escrita é Atlanta?
A minha interpretação do artigo é de que terá alguma possibilidade de ser pré-fenícia,o que não é o mesmo que Atlanta, mas vejo essa afirmação como sendo uma hipótese. Ou não é assim?
Fazendo de advogado do Diabo, resta-nos estudar:
-A taxa de erosão da pedra para perceber se a escrita é antiga ou recente, já que não se conseguirá datar a inscrição, apenas se consiguirá datar a pedra. Para estudar essa taxa de erosão em condições de excesso de sal marinho como é o local em questão, levará algum tempo e provará que não se tratou de uma bricadeirazinha de algum português distraído durante a pesca com caniço, naquele calhau... (LOL como diz a Cristina.
-Sem dúvida que seria importante recolher toda a informação pertinente no local para tentar perceber o enquadramento, ou seja, geologia, fisiografia, recursos, correntes marinhas no local, etc. Tudo isso a UA tem capacidade de o fazer. Porquê essa informação? Se essa inscrição ocorre nesse local da ilha o que é que ele tinha de especial em relação aos outros locais da Costa da Terceira?
E...por aí adiante, antes de se provar que escrita é, o até mesmo, a hipoótese que me parece remota da Atlântida.

 
At 14:47, Anonymous Anónimo said...

Bem, estive na minha sessão de golfe, cuja perseverança se impõe a todas as outras e já vi que vocês foram adiantando muito o debate.
Voltando à questão da possível existência de uma “Atlântida”, a minha posição é a de que temos de considerar todas as hipóteses, especialmente não permanecendo acorrentados à noção que a Atlântida só poderia ter acontecido aqui nos Açores.
O que os epigrafistas descobriram com o facto de ter existido uma escrita anterior à Fenícia é que:
1º Os seus vestígios circundam o Atlântico Norte.
2º A escrita Fenícia utiliza alguns dos caracteres desta escrita “Atlanta”, modernizando-os (portanto, é posterior)
3º Um fenómeno semelhante aconteceu na passagem da escrita Fenícia às Semitas que se lhe seguiram.
Portanto, tanto a escrita Ibérica, que é considerada como anterior à Fenícia, como esta agora das Quatro Ribeiras, também idêntica à Ibérica, e também as representadas nas inscrições das Américas, todas apontam para uma escrita com origem no Atlântico.
Esta opinião não é “minha”, mas sim dos epigrafistas que estudam este novo elemento. É principalmente a opinião de um especialista, analista dos estudos mais recentes, que ouvi em Lisboa na última 6ªfeira, numa conferência, José Carlos Fernández. Foi ele que achou a prova das Quatro Ribeiras como decisiva no desvendar deste mistério.
Aceito e louvo o papel de advogado do diabo desempenhado pelo Félix. Mas é preciso não esquecer outros exemplos do exercício deste papel, como por exemplo, o que quase levou Galileu à fogueira, enquanto nos ocupávamos aqui com o desbastar das nossas matas endémicas … Provavelmente nós também preferíamos ter a Terra como centro do Universo!
Quero dizer que, embora necessário, o advogado da diabo pode ser coercivo em relação a uma acção criadora.
Antonieta

 
At 09:12, Anonymous Anónimo said...

Cristina
Agora sou eu quem faz de advogado do diabo, mas no sentido inverso. Coercivo sim! Voltando ao Galileu, muita coragem e persistência foram necessárias para continuar com os “castelos no ar” o tempo suficiente para que fosse comprovado o que afirmava. A coerção por parte do corpo científico, que nesse tempo incluía parte importante da Igreja, manifestou-se por pressões que o obrigaram até a desdizer-se.
O que eu receio, neste caso das inscrições, é que o excessivo medo dos “castelos no ar” e do ridículo a eles apenso, conduza a um refrear do interesse no estudo desta pista, que, só por si, pode alterar muito o nosso entendimento do desenvolvimento das civilizações.
Antonieta

 
At 11:45, Anonymous Anónimo said...

Notícia para os dois: estive a contactar este endereço:
http://www.ambienteinsular.uac.pt/
que me informou da saída do artigo sobre as inscrições para hoje ou amanhã.
Assim teremos mais pano para mangas...
Antonieta

 
At 16:02, Blogger Desambientado said...

Olá Cristina.
Não consegui se não agora responder à tua questão. Eu não encontrei nada, quem encintrou foi a Profª Antonieta e Prof. Cota. Fiz-me convidado e fui com eles ver. São de facto inscrições interessantes, relativamente às quais tenho dificuldade em posicionar-me.
Quanto ao som de fundo, é efectivamente música, não era para assustar ninguém, mas para criar um ambiente relaxado.

 
At 16:12, Blogger Desambientado said...

Antonieta.

A discussão parece querer atingir o climax, mas reio que é cedo para começarmos a "queimar" quem quer que seja. Do meu ponto de vista estamos na maré das hipóteses. Há primeiro que inventariá-las todas e só depois ir começando a abandoná-las, uma por uma, após cada prova contraditória. Qualquer teoria, dizia eu, é licita até prova em contrário. Não estamos a falar em crença contra ciência ou ciência contra crença.
Perante um facto novo, é normalmente aconselhado e fazer um "brainstorming" das hipóteses explicativas. Até agora vejo surgir três hipóteses distintas e nehuma com provas:
-É natural, primeira hipótese,
-É recente, ou seja, pós-povoamento´, segunda hipótese.
-É pré-povoamento, terceira hipótese.

Haverá mais alguma? Alguém contribui com outras hipóteses?

 
At 16:56, Blogger Desambientado said...

Antonieta.

Dê uma olhada no blog http://percursoseducativosinovadores.blogspot.com
o post Um simples devaneio poético? será certamente interessante.

 
At 22:42, Anonymous Anónimo said...

Félix
Inteiramente de acordo. Esta discussão, se bem que estimulante, não leva a lugar nenhum.
Por outro lado – até me esqueci de o felicitar pelo blog, verdadeiramente notável. É um cantinho cheio de surpresas e de possibilidades de crescimento. Parabéns! Desculpe-me pela demora em o reconhecer…
Não me parece que vá pelos poemas, mas veremos!
Antonieta

 
At 23:59, Blogger Desambientado said...

Obrigado Antonieta.
Para mim, a discussão tem sido enriquecedora, pelo menos obriga-me a pensar de modo diferente, nas coisas.
Quanto à poesia, talvez um dia destes o "debate" entre por aí.

 
At 21:25, Anonymous Anónimo said...

Li o artigo: "Terão os fenícios descoberto os Açores?", gostei!
Se de facto estiveram nos Açores ou não, gostava que fosse verdade, pela projecção em termos históricos que poderia dar ao arquipélago, relativamente à presença dos Atlantes nestas ilhas, francamente não acredito!
Se bem que a fantasia seja importantante, chega-se a uma certa altura na vida em que temos de "assentar os pés na terra", mas existe quem não o faça e recorra à ironia e à hipocrisia para se debater contra os argumentos válidos e inteligentes dos outros!!
Só mesmo quem já não vive neste mundo, mas num imaginário onde realidade, hipoteses e fantasia se misturam!
Quem é que olha para umas marcas numa rocha e acredita que vê logo a Atlândida?
Quantos de nós, não olhámos já para uma parede ou outra qualquer superficie e não julgámos ver figuras, contornos reconheciveis?
Faz-me lembrar Platão e a sua "Alegoria da caverna"...com as sombras na parede...cujos prisioneiros, tomam como realidade apenas aquilo que lhes é dado observar (neste caso apenas o que querem ver!) e acreditam que essa é a única realidade existente!!
Deixem-me, por fim clarificar o significado da palavra hipótese: Acontecimento ou eventualidade tomada como incerta; Explicação duvidosa, embora não improvável, acerca de fenómenos naturais ou humanos, admitida provisóriamente antes de ser submetida ao controlo directo ou indirecto da experiência.

Ana Isabel

 
At 15:30, Anonymous Anónimo said...

Viva,
e se vos disser que existe neste momento no Corvo uma moeda (com um alfabeto, para mim, estranho)?
Gostaria de confirmar a sua autenticidade. Onde o poderei fazer?
Cumprimentos.

 
At 22:36, Blogger Desertos e Desertificação said...

Não sei exactamente onde poderá confirmar isso, mas a melhor forma é pedir a um especialista. Se vive no Corvo, pode-se recorrer a alguém que venha à Terceira que por sua vez possa trazer para o Dr Maduro Dias ou outra pessoa ver.
Se quiser entra em contacto comigo via email utilize o seguinte endereço:

felix@mail.angra.uac.pt

 
At 21:43, Anonymous Anónimo said...

boas noites.

esta discusão ainda está em aberto apesar de ser de à 2 anos?

 
At 12:21, Blogger Desambientado said...

Caro anónimo.
Não sei quando deixou este comentário, mas sim, continua aberta, o que não quer dizer que repare de imediato na mensagem aí colocada. Tentarei quando possível actualizar.

 
At 20:17, Anonymous Anónimo said...

Quem descobriu os Açores, afinal?
O historiador Joaquim Fernandes, da Universidade Fernando Pessoa, no Porto, lançou o romance «O Cavaleiro da Ilha do Corvo», no qual defende, baseado em factos reais, que a descoberta do arquipélago dos Açores ocorreu muito antes da chegada dos portugueses.

O professor universitário recorda como os navegadores portugueses que chegaram à pequena ilha do Corvo, nos Açores, em meados do século XV, encontraram ali uma intrigante estátua de pedra, representando um cavaleiro com traços característicos do norte de África.

A notícia, normalmente ignorada nos relatos oficiais, tem no entanto uma fonte histórica autorizada: Damião de Góis (1502-1574), o grande humanista português do Renascimento, que descreve, com algum detalhe, no capítulo IX da sua Crónica do Príncipe D. João, escrita em 1567, as circunstâncias em que o inesperado monumento - «antigualha mui notável», como lhe chama - foi achado no noroeste da pequena ilha, a que os mareantes chamavam «Ilha do Marco».

O cronista refere que a descoberta ocorreu no período a que classificou de «nossos dias», ou seja, no seu tempo de vida, provavelmente entre os finais do século XV e os inícios de XVI, no decurso do reinado de D. Manuel I e durante as primeiras tentativas de colonização da ilha do Corvo.

O monumento era «uma estátua de pedra posta sobre uma laje, que era um homem em cima de um cavalo em osso, e o homem vestido de uma capa de bedém, sem barrete, com uma mão na crina do cavalo, e o braço direito estendido, e os dedos da mão encolhidos, salvo o dedo segundo, a que os latinos chamam índex, com que apontava contra o poente.»

Esta imagem, que toda saía maciça da mesma laje, mandou el-rei D. Manuel tirar pelo natural, por um seu criado debuxador, que se chamava Duarte D'armas; e depois que viu o debuxo, mandou um homem engenhoso, natural da cidade do Porto, que andara muito em França e Itália, que fosse a esta ilha, para, com aparelhos que levou, tirar aquela antigualha; o qual quando dela tornou, disse a el-rei que a achara desfeita de uma tormenta, que fizera o Inverno passado, refere o cronista.

Mas a verdade foi que a quebraram por mau azo; e trouxeram pedaços dela, a saber: a cabeça do homem e o braço direito com a mão, e uma perna, e a cabeça do cavalo, e uma mão que estava dobrada, e levantada, e um pedaço de uma perna; o que tudo esteve na guarda-roupa de el-rei alguns dias, mas o que depois se fez destas coisas, ou onde puseram, eu não o pude saber, acrescenta.

A este estranho monumento juntou-se a descoberta, no século XVIII, de um não menos perturbador vaso de cerâmica, achado nas ruínas de uma casa, no litoral da mesma ilha, repleto de moedas de ouro e de prata fenícias, que, segundo numismatas da época e não só, datariam de, aproximadamente, entre os anos 340 e 320 antes de Cristo.

As descobertas fabulosas não se ficaram por aqui: viajantes estrangeiros, no decurso do século XVI, alegaram ter encontrado inscrições supostamente fenícias de Canaã (Palestina), numa gruta da ilha de S. Miguel. Por fim, em 1976, nesta mesma ilha, haveria de ser desenterrado um amuleto com inscrições de uma escrita fenícia tardia, entre os séculos VII e IX da era cristã.

Todas estas perplexidades levaram Joaquim Fernandes a encetar uma longa e exaustiva investigação bibliográfica e documental e a escrever O Cavaleiro da Ilha do Corvo.

No romance, o autor refere um testemunho que reforça de modo evidente o relato de Damião de Góis: um mapa dos irmãos Pizzigani, de 1367, descoberto em Parma, apresenta um desenho com uma figura explícita, ostentando uma legenda em latim onde se diz: Estas eram as estátuas diante das colunas de Hércules... Ora esse desenho está colocado à latitude dos Açores, no meio do Atlântico, sugerindo a tradição das Estátuas como marcos-limites do oceano navegável ou conhecido e serviriam para avisar os perigos que corriam os navegadores mais ousados. Mais ainda: a historiografia árabe, do século X, por exemplo, faz referência a essas mesmas estátuas e à sua eventual função de marco dos limites navegáveis, o que reforça por outra via o testemunho de Damião de Góis.

 
At 21:08, Anonymous Anónimo said...

Talvez isto chegue um pouco tarde, se nao for tarde respondam SFF. Desculpem o meu portugues, o francês é o meu idioma apesar do coraçao ser português.

Encontrei este blog pesquisando sobre o tema da navegacao na alta antiguidade. O meu tema começa por estudos scientificos comprovados que demostram a presença no balsamo interior de varias momias do Egipto antigo de rastos moleculares de 2 plantas desconhecidas em Africa até ao século XV : o TABACO e a COCA, plantas Americanas cujo nao existiam sob-especies em Africa, so havia na América central e do sul. O que leve à HIPOTESE que existia uma navegaçao trans-atlântica nessa epoca remota. Sabemos porem que os Fenicios eram os navegadores dos Egiptos. Como a vossa hipotese da passagem Fenicia pelos Açores, encontrei um exemplo "brasileiro" desta teoria de navegacao trans-atlântica com ums cacos de jarras de tipo fenicio encontrados numa baia Brasileira chamada baia das Jarras jà ums anos atràz. Podia ter sido um navio perdido que se afundou por ai, mas varios elemntos do puzzle apontam para a ROTA COMERCIAL FENICIA ligando a Amèrica ao antigo mundo.
Quem quizer debater o tema pode contactar comigo sobre o mail joaquimgarcia@bricodepot.com

 
At 01:05, Anonymous Anónimo said...

E se os Açores foram descobertos pelos fenícios?

Expedição científica recria circum-navegação a África, fazendo uma paragem nos Açores, com a qual se podem desvendar mistérios sobre os fenícios e o arquipélago



Que não terão sido os portugueses os primeiros a pisar as ilhas açorianas é já ponto assente (quase) entre a maioria dos historiadores. No entanto, permanecem as dúvidas sobre que civilizações terão passado pelas ilhas antes dos descobridores lusos. Terão os fenícios visitado o arquipélago e deixado vestígios dessa visita? Uma expedição científica inglesa poderá contribuir para o esclarecimento destas e de outras questões. Com o propósito de publicitar os feitos marítimos dos fenícios, um grupo de cientistas ingleses meteu mãos à obra e construiu uma réplica de uma navio fenício, com o qual pretendem reproduzir a circum-navegação a África que os fenícios terão alcançado em 600 a.C., muito antes da viagem de Vasco da Gama. A expedição científica, que ontem aguardava por ventos favoráveis para largar da Horta, no Faial, onde permaneceu durante a semana passada, poderá contribuir para esclarecer se os fenícios terão pisado terra nos Açores séculos antes da sua descoberta (ou redescoberta) no século XV... No diário de bordo da tripulação a questão está sempre presente na mente dos aventureiros ingleses. “A nossa aproximação à ilha das Flores [onde atracaram antes de partir para a Horta] faz-nos realmente pensar se terão sido os fenícios a descobrir os Açores” questionam-se os cientistas, referindo-se a algumas das descobertas feitas nas ilhas e que poderão sugerir isso mesmo. As descobertas fenícias nos Açores Antonieta Costa, investigadora da Universidade dos Açores, recorda algumas dessas descobertas: um conjunto de moedas alegadamente fenícias, descobertas no Corvo em 1749, umas supostas inscrições fenícias em pedra, na freguesia das Quatro Ribeiras, na Terceira, e uma estátua equestre que terá sido descoberta pelos primeiros povoadores da ilha do Corvo. “Tudo isto, isoladamente, é bastante frágil, mas no seu conjunto parece indicar uma possível estadia cá, uma passagem de navegadores fenícios, muito antes dos portugueses, provavelmente entre o ano 2000 e 1000 a.C”, explicou Antonieta Costa à nossa reportagem. Mas será este pequeno conjunto de vestígios, alegadamente fenícios, suficiente para justificar uma investigação histórica e arqueológica sobre os povos que terão passado pelos Açores? No entender de Antonieta Costa, “pouco mais se pode encontrar, porque as erupções vulcânicas e os sismos constantes terão destruído grande parte do que pudesse, eventualmente, ser encontrado e considerado prova.” No entanto, e tomando por exemplo as inscrições identificadas na Terceira, a investigadora admite que “aqueles símbolos, feitos por mão humana e que dizem respeito a uma escrita utilizada há muitos séculos, indicam que, às tantas, sempre vale a pena ir procurando mais vestígios.” “A História hoje em dia faz-se de uma maneira diferente e já não depende tanto das ditas provas documentais”, explica a investigadora da academia açoriana. “Há a junção de vários elementos que pode conduzir a intuições que nos levem a outras formas de comprovar factos, e portanto não podemos estar tão dependentes dos ditos métodos científicos da História.” concluiu Antonieta Costa.• isidro fagundes/ olímpia granada (Açoriano Oriental)

 
At 21:59, Anonymous F.E.Rodrigues Ferreira said...

Se me permitem, gostava de meter um pouco de "foice" em seara relativamente alheia, isto porque em boa verdade a cultura é de todos.
Estamos por estas bandas continentais relativamente familiarizados com escrita pré-romana, com utilização do alfabero fenício, que serviu de inspiração aos alafabetos atuais. Nós próprios localizámos, na Herdade da Almofadinha, em Barrancos, 60 inscrições deste tipo.
Pode não ser possível traduzir a inscrição, mas perceber se é obra humana, torna-se, na maioria dos casos perfeitamente possível e normalmente fácil.
Penso embarcar dia 5 de Junho para a Ilha de S. Miguel, onde irei passar umas julgo que merecidas mini-férias de uma semana.
Se até lá alguém quiser fazer o favor de me dar algumas pistas sobre a forma de rapidamente tomarmos contacto com essa realidade de provável escrita, ficaria muito grato.
Atentamente
F.E. Rodrigues Ferreira
rodriguesferreira@sapo.pt

 
At 13:55, Anonymous Anónimo said...

Poderiam os fenícios, em teoria, haverem alcançado os Açores muito antes dos portugueses? Absolutamente nada o comprova, mas é uma hipótese que poderá merecer alguma atenção. Agora, não tenhamos ilusões, como as que vi aqui escritas em alguns comentários, caso os fenícios tenham alcançado os Açores, definitivamente não se estabeleceram nas ilhas, e nenhum açoreano é descendente directo de fenícios, a não ser que tenha um avô libanês ou algo assim. Não há qualquer margem para dúvida na historiografia que todas as ilhas, sem qualquer excepção, estavam total e completamente desabitadas aquando da chegadas dos portugueses. Que fique bem claro.

 
At 22:27, Blogger Sandro Fernandes said...

Depois de tantos comentários úteis e bem fundamentados,eu me atrevo a entrar nessa discussão que pra mim é bastante rica e promissora.Eu particularmente concordo com o autor do blog sobre as afirmações e negações sobre a veracidade do relato da estátua quanto das moedas,afinal de contas se elas existiram e foram fotografadas(moedas)onde estão hoje?O que aconteceu com elas já que eram importantes para documentar um achado histórico?
Eu penso que isso não descredibiliza por completo a história de que isso possa ser real pois por que inventariam isso?A troco de que?Por falta do que fazer e depois documentar a descoberta com Damião de Góis e Gaspar Frutuoso?Os dados se perdem com o tempo,só sobrando o que deu origem a eles e não o que aconteceu depois.Mas tempos que reconhecer que os fenícios já navegavam pelo Atlântico e tinham navios capazes de chegar as referidas ilhas inclusive até a Inglaterra,sendo assim não é nem um pouco impossível eles terem alcançado os Açores,as Canárias e a costa ocidental africana.
Se eles realmente estiveram na ilha do Corvo provavelmente tiveram passagem curta por lá,pois os indícios são muito poucos e incompletos,o que mostra que não fundaram cidades e nem ficaram por muito tempo.

 

Enviar um comentário

<< Home